sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Pekinska Patka - O Punk em Jugoslavo

Pekinska Patka



O nome é estranho, mas esconde uma grande banda de punk rock. O Leste europeu não foi pródigo em punk rock nos anos 70... os regimes de leste assim não deixavam. Mas, a Jugoslávia da era Tito, o líder dos não alinhados, viu nascer uma das melhores bandas de punk rock europeu: Pekinska Patka.

A carreira desta banda é curiosa, mas não é das que mais interesse aqui relatar. O primeiro albúm, Plitka Poezija viu a luz do dia em 1980 e tem 16 clássicos. É um punk rápido, corrido sem deixar de ser orelhudo. Mais rápido que o que se fazia na Europa e nos Estados Unidos na altura.

Vale a pena procurar re-edições ou pelo e-bay porque é uma peça fulcral a qualquer colecção. Imaginem uns Eater misturados com uns Ramones ou Misfits, mas tocados de forma rápida e desenfreada... estão apresentados!



Antes porém deste disco, a banda lança dois 7", na mesma onda, também peças de colecção. Um desses temas figura nas míticas compilações Back To Front da Incógnito Records da Alemanha.

No ano seguinte, 1981, seria lançado também mais um LP e um Single, também merecedores da atenção dos leitores/ouvintes.

Cortesia do blog Last Days of Man On Earth temos o album inteiro disponível para download. É só clicar aqui!

Podem ouvir musicas deles no seu Myspace e podem ver os seguintes videos da banda:


"
Biti Ružan, Pametan i Mlad"


"Ja Sam Panker u Sakou Starom"


"Stop Stop"


"Homburg"


quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

The Sadists - A Ira da Corrente

Os fãs de Germs, Bad Brains, Pagans e de todo o universo Killed By Death podem ser apresentados finalmente aos portugueses The Sadists.

Em seguida, a review feita pelo blog Hoje Há Punk Rock no Liceu


Pois é já está na rua , o aguardado LP de estreia dos The Sadists , intitulado "A Ira da corrente" , um hino do Punk da Rua. O mini-Lp é composto por 8 músicas , incluíndo a cover dos Xutos & Pontapés "Morte Lenta" , num desfilar de Punk Rock à antiga ( algo pouco comum por esta terra à beira mar plantada) , com todo o jogo KbD , com influências notórias do Punk dos States , Dead Boys , Pagans , Testors , Dogs e por ai fora. Destacam-se as músicas "Ira da corrente" , pelo seu refrão apelando ao grito em uníssono , a música "Martirizador" a malha mais speedada do álbum , ideal para agitar massas inertes e por fim "No Tomorrow" que conta com a participação nos coros do Cobretti dos Clockwork Boys. O disco encontra-se a venda através do myspace da editora Mayday Records e em algumas lojas de Lisboa.

Estamos perante o album do ano de 2007 do Punk Nacional. E de referir que os Sadists sabem daquilo que fazem , não é por acaso que no insert o disco é dedicado à geração de ouro do Punk nacional , Aqui d'el Rock , Tilt , Grupo Parlamentar , Speeds , UHF , Xutos Pontapés. E não esquecer o disco está limitado a 300 cópias numeradas , o que é de prever tornar-se uma raridade daqui a uns anos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

The Punks - Detroit 1974-75


A minha relação com esta banda foi amor à primeira audição.

Oriundos de Detroit, formaram-se em 1973 e conseguem fazer um som que mistura o psicadelismo de algumas bandas dos anos 60 (como os 13th Floor Elevators) com o Detroit Sound típico (Stooges e MC5) e a linha melódia dos The Who ou Kinks...

O resultado é um albúm lançado pela Rave-Up que contém apenas e só gravações de estúdio do período mais fértil da banda.

São 9 músicas, algumas delas com vários minutos (podemos encontrar músicas de 6 minutos, podemos encontrar de 3 minutos... ou mesmo de 8!!), que apresentam variações de ritmo e de melodias que impressionam qualquer um.

Eram músicos de qualidade e o resultado é um disco pura e simplesmente do outro mundo.

A edição já está esgotada na Rave-Up Records mas vale a pena tentar procurá-la em e-bays ou afins (ou mesmo outras edições da banda) porque efectivamente para quem gosta de Stooges e MC5, os The Punks não vão desiludir. São uma banda de alto calibre.

Os destaques do album vão para o tema de abertura do LP, "My Time's Coming" (uma música que se apresenta mais na linha dos MC5, com instrumentais relativamente longos e elaborados), para "Drop Dead" (música que lembra muito os Stooges na fase do Funhouse, mesmo até nas vocalizações) e também para os 5 minutos de puro High Energy Rock de "Quick One".


Para mais informações sobre a banda podem ir aqui e ver não só uma biografia mais detalhada como também uma entrevista e uma review a outra edição dos Punks por outra editora.

Para terminar resta voltar a insistir que os The Punks são, sem dúvida, a pérola escondida do Rock dos anos 70 de Detroit. Estão a um nível muito elevado e apenas podem ser comparados aos Stooges, MC5 e Sonic Rendezvous Band.

Uma curiosidade, para terminar, em 1976, com a explosão do movimento punk rock nos Estados Unidos e em Inglaterra a banda mudou o nome para The End.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

The Defex - Beyond Machine Gun Love


Os Defex são uma banda oriunda da cena punk do Colorado, mais propriamente de Denver. As suas influências eram os Pistols, Damned e toda a cena britânica de 1977 com toques da cena nova-iorquina mais dura (leia-se Dead Boys e Ramones). Isso nota-se particularmente no seu som ao vivo.

Formam-se em 1977 e lançam apenas um 7 polegadas em 1979 (Psycho Surfer b/w Machine Gun Love). O single é muito dificil de encontrar e depois de aparecer nas Killed By Death, o seu preço disparou. No entanto, as músicas em estúdio são bastante rápidas e agressivas, o som diferente do captado ao vivo.



Capa do Single de 1979


A Rave-Up, no seu 5º lançamento, lança-nos um concerto ao vivo em 1979 desta banda de Denver. O som é bastante aceitável (ok, estamos em 1979, sim?) e mostra-nos mais uma banda que se tem lançado um LP por uma editora credível tinha dado que falar.

O albúm tem 11 músicas ao vivo. Começa com Turn On U e acaba com o clássico Machine Gun Love. As outras nove músicas andam todas em torno do mesmo. Punk Rock americano com influências do que se fazia em Inglaterra em igual período de tempo. Bem tocado e bem cantado, mostra-nos uma banda coesa e bastante interessante, especialmente se tivermos em conta que não é normal aparecerem bandas punk ou new-wave do Colorado. A influência das bandas britânicas nota-se não só nas melodias como também na liderança do baixo que deambula em escalas um pouco por todo o LP.


Os destaques do LP vão para "Tomorrow", música melódica a fugir para o Powerpop/New Wave, mas sem orgãos, a fazer lembrar uns The Boys ou Damned na fase Machine Gun Etiquette mas com um solo de bateria no meio, para "Dead Heat" que faz lembrar os Dictators no seu primeiro LP e para a cover brilhante dos Kinks em "You Really Got Me". Lá no meio, há ainda tempo para a balada à Dead Boys choradinho... "I Want You Back".

Felizmente Steve Kulpa (baixista e vocalista da banda) não deixa morrer os Defex e continua a publicitar a sua banda de adolescente um pouco por toda a web.

Assim, podem ver um site criado pelo próprio aqui.

E podem ainda ver os seguintes videos, que o próprio colocou à disposição no You Tube. Uma boa lição para as pseudo-estrelas das bandas obscuras de 70/80 em Portugal.

Video de apresentação da banda ao som da música "Toxic Shock Sydrome" (que não vem no album, mas que representa bem o som da banda):



O clássico "Machine Gun Love":



A música que abre o LP, "Turn On U":

domingo, 11 de novembro de 2007

Los Reactors – Dead In The Suburbs


Este foi o 1º LP que tive da Rave Up... e que LP!! Tem um dos melhores temas de sempre da história do Punk Rock. “Dead In The Suburbs” é uma música do outro Mundo e sozinha vale os 10 euros que o disco custa.

Esta edição contém os 2 EP’s que a banda de Tulsa lançou e ainda vários temas ao vivo. Aproveito esta edição para alertar que muitas das edições da Rave-Up têm esse problema: o excesso de temas ao vivo, muitas vezes sem grande qualidade sonora.

Neste caso, as músicas ao vivo até nem têm muito mau som (embora também não tenham um som de qualidade).

No entanto, o LP vale pelo facto de ter os dois 7 polegadas que a banda lançou. Dead In The Suburbs é vendido no e-bay a mais de 600 euros, por isso é de louvar aos Deuses que esta edição tenha visto a luz do dia e permitido a quem a comprou ter acesso a uma música de punk rock com um órgão de fundo que faz toda a diferença. Aliás, é isso que torna os Los Reactors numa banda especial. Para além do Punk Rock rápido a fazer lembrar uns Heartbreakers ou uns Pagans, têm aquele órgão Farfisa sempre em sons deambulantes e a marcar claramente a diferença para o resto das bandas da altura.

Todos os 6 temas em estúdio desta banda são muito bons e captam a mesma essência... punk rock americano com o órgão a marcar a diferença. Desde “Laboratory Baby” (originalmente o lado B de “Dead In The Suburbs”), até “Shake Down”, passando por “Culture Shock” que faz lembrar em várias alturas os Stranglers (por exemplo na “Get A Grip On Yourself).

Os temas ao vivo continuam na mesma linha de Heartbreakers com Stranglers, o que faz pensar do que teria sido desta banda caso tivesse conseguido pôr um LP cá fora por uma editora de peso. A meu ver seriam um caso sério e a “Dead In The Suburubs” apareceria em todos os Best Of’s de punk rock ao lado da “Born To Lose”, “Sonic Reducer” ou “No More Heroes”.

Resta só dizer que recentemente também a Rip Off Records lançou em CD uma edição com as mesmas músicas da edição da Rave-Up, provavelmente mais fácil de encontrar e com a seguinte capa:


Aqui está o clássico "Dead In The Suburbs" tocado na tournée de reunião de 2004 com edição em DVD:

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

The Testors – New York City Punk Rock 1979



Que melhor maneira de começar as reviews ao trabalho da Rave-Up senão logo com uma das suas melhores edições... directamente de Nova Iorque: The Testors.

Liderados por Sonny Vincent (que esteve em Portugal no longínquo ano 2000 para um concerto bombástico em Torres Vedras com os “vizinhos” Safety Pins), os Testors eram da linha do punk de NY mais duro. Seguindo as pisadas dos Dead Boys, misturavam a velocidade e a agressividade do Punk Rock com os toques de guitarra do High-Energy dos Stooges e MC5.

Composto apenas por temas gravados em estúdio no ano de 1979, o LP começa com uma música que exemplifica bem o som da banda: rápido, agressivo e com as guitarras sempre no vermelho. “Bad Attitude” é uma das melhores músicas da banda e do disco. Outros exemplos deste estilo são “Black Book” ou o grande clássico “Primal Call”.

Segue-se a outra faceta dos Testors... das músicas mais calmas mas sempre com agressividade e poder. “Break It Down”, o 2º tema do disco, é um exemplo claro do género... mas encontramos outros belos exemplos em “I’m Allowed” ou “Lonely Nights”.

Podemos dizer que o LP está dividido entre o Punk desenfreado com guitarras High-Energy e as músicas mais calmas, mas com agressividade e poder (um pouco na linha das mais calmas dos Dead Boys ou Dictators).

A qualidade sonora é a que encontramos em todas as re-edições dos Testors.

Esta edição está esgotadíssima na Rave-Up Records, mas consegue-se encontrar no E-Bay e em outras distribuidoras sem ter encarecido (outra das vantagens da Rave Up).


Podem ver um vídeo de 2004 de Sonny Vincent a tocar o clássico "Bad Attitude" dos Testors ao vivo:


Novembro - O mês da Rave Up Records


Quem anda dentro destes meandros que é o universo do Punk Killed By Death sabe que é muito complicado (para não dizer impossível) encontrar certo tipo de singles dos anos 70 e inicios de 80.

Dicks Hate The Police, um clássico eterno do punk texano... 1980... o single original é muito complicado de encontrar e quando se encontra é bom que se tenha 500 euros (100 contos na moeda antiga) para desembolsar por ele.

Podia dar centenas de outros exemplos... mas não irei por aí. Como tal, é importantíssimo o papel de certas editoras que re-editam clássicos cujo preço é exurbitante.

Este mês vou dar atenção a uma dessas editoras que já muito lançou para deleite dos fãs do mais obscuro punk rock: RAVE UP RECORDS.

Sediada em Itália, é comandada pelo Sr. Pierpaolo de Iulis, um verdadeiro ícone (podemos chamar-lhe assim) do punk europeu. Este senhor já muito fez pela causa... mas destaca-se claramente o trabalho efectuado na sua editora.

Desde 2000 que tenho contacto com o trabalho da Rave-Up. Desde os primeiros lançamentos (Testors, Los Reactords ou Tazers) até aos mais recentes (New Toys ou Tot Rocket and The Twins), o trabalho feito está documentado e é de louvar.

Mais, para além de punk rock, a Rave Up (através de uma, chamemos-lhe, subdivisão) lança ainda bandas de powerpop de grande qualidade que sacia os desejos de alguns fãs. Lançamentos a ter em conta: Jim Basnight, The Go, Manikins (Australia) e mais recentemente Private Dicks.

Para fechar a contenda, a Rave-Up lança ainda pérolas do punk europeu como os The Doubt (Ulster Punk de topo) ou os "nossos" Aqui D'El Rock.

Tudo isto e muito mais é suficiente para deixar um mês inteiro para falar da Rave Up-Records e dos vários discos que já lançou para o mercado.

Enquanto não saem as reviews, vão-se entretendo aqui.

domingo, 14 de outubro de 2007

The Shivvers - Self-Titled 7" (1980)




Para fãs de Powerpop... aqui está uma obra prima! Os Shivvers, dos Estados Unidos, lançaram este single em 1980 com duas músicas que são verdadeiros clássicos.

No lado A está, provavelmente, uma das 5 melhores musicas power-pop de sempre, que até deu origem ao nome de uma compilação: Teen Line. Transpira melodia, é altamente viciante e a voz feminina aliada à qualidade de execução fazem deste tema uma verdadeira pérola. O single, esse é muito complicado de encontrar, mas há em CD uma re-edição com as várias gravações da banda.

No lado B continuamos no power-pop, aqui já com toques de punk rock. "When I Was Younger" é uma música com um refrão mais agressivo, com uma bateria mais rápida. Clássico que pode perfeitamente aparecer nas edições Killed By Death, sem perder a melodia pop que caracteriza esta banda.

Mas... para quê comentar mais este disco quando podem sacar as duas músicas aqui, cortesia do blog da Killed By Death Records (vale a pena explorar, visto que tem muita coisa de qualidade para sacar).

Teen Line
When I Was Younger

Em video:

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Powertrip - When We Cut We Bleed (1983)

Os Powertrip são das bandas mais genuinas do punk-rock californiano. Lideradas por Jeff Dahl (Angry Samoans e Vox Pop), tiveram sempre músicos de elevado nível nos instrumentos... e elevado nível de estupefacientes no corpo. Curioso o facto de, da formação clássica da banda, apenas Jeff Dahl ainda estar vivo... todos os outros faleceram com problemas relacionados com o consumo abusivo de drogas.

Voltando à música... depois de sair dos Angry Samoans, Jeff Dahl sentiu necessidade de criar um projecto novo e em boa hora o fez. Deixando de lado o Punk-quase-Hardcore dos Samoans, Dahl e companhia criaram um projecto que tinha como influências bandas como Stooges, MC5, Motorhead, Dictators e Dead Boys... e conseguiram com esse mesmo projecto lançar um álbum clássico a todos os níveis.

Lançado originalmente em 1983, "When We Cut We Bleed", apresentava 13 músicas que descarregavam energia, garra, sem perder tecnicismo e qualidade. Com Cheetah Chrome (Dead Boys) a tratar da gravação, durante todo o LP podemos ouvir o punk rock clássico à Dead Boys de "Lab Animal" ou "Powertrip", um High-Energy à Stooges/MC5 de "Into My Eyes", aquele punk rock'n'roll à Dictators de "When We Cut We Bleed", ou as músicas mais rápidas, mesmo Hardcore de "Die"ou "Have a Nice Day".

O álbum é muito bem conseguido e consegue ultrapassar toda e qualquer gravação feita pelos Angry Samoans. O original é complicado de arranjar, mas há boas re-edições com temas extra. A Triple X e a Munster fizeram o favor de trazer de novo à luz do dia este magnífico trabalho e ainda lhe incluíram como temas extra o EP auto-entitulado que conta com 4 músicas que acabam por aparecer no LP, mas com gravação diferente e formação diferente.Por fim, ambas as edições acrescentam também duas músicas ao vivo: uma versão da "Sonic Reducer" dos Dead Boys e uma música que merecia ter sido gravada em estúdio... "Armies Of The Pit" que tem tudo aquilo que um hino tem que ter...

A banda gravou ainda um segundo LP que nunca chegou a ver a luz do dia e, segundo palavras do próprio Jeff Dahl, nunca irá ver, assim como esta banda nunca se irá reunir, nem Dahl irá tocar ao vivo músicas dos Powertrip. Porquê? Dahl diz que sem os seus companheiros já falecidos nada disso faz sentido.

Um bom recado para os novos mercenários que andam por aí a fazer façanhas destas...

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

The Rivals - If Only (1978-1980)


Os Rivals são uma banda britânica que iniciaram a sua carreira em 1978, terminando dois anos depois, com apenas dois EPs lançados: “Future Nights” em 1979 e o clássico “Here Comes The Night” em 1980.

Confesso que apenas conhecia a música “Here Comes The Night” das compilações Back To Front da Incognito Records da Alemanha (vale a pena checkar)... no entanto, por ser uma música simplesmente de topo, decidi arriscar e mandar vir da Detour Records o LP que foi lançado por uma tal de Bin Liner Records (e distribuído pela própria Detour) que juntava todas (?) as gravações feitas por esta banda, mestre no pop-punk.

Quando o LP me chegou às mãos pensei, ainda antes de ouvir, que seria mais uma banda com um single muito forte mas sem correspondência de qualidade no resto das músicas. Não podia estar mais enganado.

O albúm é bom do principio ao fim e não tem uma música que considere má. Conseguem misturar, com grande qualidade, o melhor do punk rock e do power-pop. A banda mais óbvia para comparações são os inevitáveis Buzzcocks. Ao longo do disco deparei-me com várias semelhanças... mas depois têm um toque mais power-pop ao nível de uns Private Dicks ou Fast Cars, o que faz do disco um must-buy! Não percam tempo, porque a edição é limitada e o disco é mesmo de topo!

Desde o Powerpop mais clássico de “Here Comes The Night” ou “Future Rights” até ao Punk Rock mais agressivo de “Flowers” ou “Can’t Help It All” encontram tudo num disco coerente e de ENORME qualidade.

Recomendo vivamente a fãs de Punk Killed By Death, Powerpop e aquele Punk britânico de 77 mais “choradinho” dos The Boys, Buzzcocks ou Undertones.

Mais informações / Comprar:
Em vinil
Em cd

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Johnny Thunders - Blame It On Mom (Ao vivo em 87 - Roxy - L.A.)

Porque os New York Dolls estiveram cá em Portugal aqui vai um tributo aos três membros já falecidos:

Jerry Nolan (bateria)
Arthur "Killer" Kane (baixo)
Johnny Thunders (guitarra)

Em Janeiro de 1987 juntaram-se os três membros dos lendários New York Dolls e deram este concerto memorável, disponível em DVD. Aqui fica um clássico de Thunders a solo: "Blame It On Mom".

Dead Boys - All This And More (Ao vivo em 77 - CBGBs)

Porque um clássico é sempre um clássico... All This And More dos Dead Boys ao vivo em 1977 no lendrário CBGB's.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Fun Things - Self-Titled EP (1980)


Este EP dos Fun Things é, provavelmente, o tesouro mais bem guardado da cena punk rock australiana, celebrizada pelos Saints, Radio Birdman, Victims, Rocks ou Leftovers.

A banda dos irmãos Shephard (que mais tarde formaram os Hoodoo Gurus e os The Monarchs) lançou apenas este EP em 1980 com 4 músicas... todas elas de topo. Sem qualquer dúvida é uma peça que toda a gente deve procurar a re-edição ou as compilações que contém as músicas.

Uma destas compilações é a Do The Pop!, mas há mais... qualquer compilação de punk rock australiano dos anos 70 vale a pena ter... Realce para o 2º volume da Muder Punk que tem o EP completo.

Voltando aos Fun Things, merecem uma descrição de cada uma das músicas.

Savage: O clássico. A música que faz erguer o punho e cantar o refrão com toda a voz disponível. Bandas como os D4, Dialtones, Gotohells ou Electric Frankenstein já a tocaram. É uma música de High-Energy Punk Rock como há poucas. Com uma energia acima da média, faz lembrar a garra dos Stooges (fase Raw Power) misturada com a velocidade de uns Dead Boys e o jogo de guitarras à Mott The Hoople.

Lipstick: Outra música rápida, mas mais melódica e, por assim dizer, "bem feitinha". Claramente fiel ao estilo mais Rock'n'Roll High Energy que o Punk Australiano tem, marca pela diferença pelo jogo de guitarras (mais uma vez à Mott The Hoople) e pela melodia de voz, aqui mais agradável e menos agressiva.

When The Birdmen Fly: A música mais melódica do EP. Simplesmente é daquelas que fica logo no ouvido e trauteia-se logo a letra à primeira audição. Na linha, mais uma vez, das influências já referidas, esta demarca-se claramente por ser orelhuda sem perder em agressividade.

(I Ain't Got) Time Enough For Love: Intro e Riff principal à Dead Boys, refrão mais cantarolável que a banda de Stiv Bators e menos agressivo. Mais uma música com claras influencias de High Energy Punk Rock, aqui com guitarras mais agressivas e menos "gingonas". A malha mais in your face do LP, podia perfeitamente ter sido gravada pelos Dead Boys, devido às semelhanças que podemos ouvir.

domingo, 22 de julho de 2007

Guilty Razors - 1978 (França)

Oriundos da França, os Guilty Razors são das pérolas perdidas do Punk Rock europeu. Lançaram um single de topo (Don't Wanna Be a Rich b/w Provocate) e logo em seguida preparavam-se para lançar um LP pela Polydor Records que foi... recusado.

Terminou assim a história de uma das mais promissoras bandas de punk rock da Europa (e das mais talentosas também, diga-se).

No entanto, já no novo século a editora francesa Seventeen teve a genial ideia de lançar o álbum que havia sido gravado em 78 e chumbado pela Polydor. E em boa hora o fizeram porque é bastante razoável.

Para quem espera um LP todo com a qualidade das músicas do single... não o vai encontrar. Vai encontrar sim mais 9 músicas de qualidade, mas com menos agressividade e com um som de guitarras que podia estar muito melhor, deambulando pelo Punk In Your Face e músicas mais arrastadas e trabalhadas.

O ponto alto do álbum é mesmo "Don't Wanna be a Rich", um tema simplesmente brutal que devia figurar nas melhores compilações de Punk Rock. No entanto, o álbum é bastante consistente e tem outras músicas bastante interessantes como as rápidas"Hurts and Noise" ou "Wake Up" ou as mais calmas "Terrorist Bad Heart" ou "Stupid".

Há poucas cópias desta re-edição (em vinil colorido) por isso apressem-se nem que seja por um motivo óbvio: o álbum tem as duas músicas que compoem o single e não o encontram facilmente nem a preços acessíveis.

No entanto, um aviso a quem espera deste disco uma bomba: oiçam com calma porque podem-se desiludir

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Eater - "No Brains" (Video)

Cá vai um video para a malta ver dos Eater, banda Inglesa que dispensa apresentações (ou devia dispensar).

Ainda assim, pertenceram à cena inglesa de 1977 e eram mesmo os mais jovens (como se pode comprovar pelo baterista de 14 anos).

Este video tem o pormenor maravilhoso da cabeça de porco em palco. Isto era punk rock no seu estado mais puro.

Enjoy!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

The Replacements - Sorry Ma, Forgot to Take Out The Trash


Continuando na senda do punk mais alternativo, chega-nos os Replacements.

Oriendos de Minneapolis, são conhecidos por terem sido uma das bandas mais bem sucedidas do panorama alternativo dos anos 80. No entanto, têm neste primeiro registo de 1981 um albúm de punk rock muito bem conseguido.

São 18 músicas que compoem este album lançado pela Restless Records, passando do punk rock agressivo da músicas como "Taking a Ride" (tema que abre o albúm) ou "Rattlesnake" ao punk mais cerebral de "Otto", com paragens intermédias com claras influências dos Clash ("Shiftless When I'm Idle") ou dos Husker-Du ("Something to Du") e ainda a balada da prache: "Johnny's Gonna Die".

Paul Westerberg começa aqui a mostrar que é um criador nato. O álbum é bastante coerente e homogéneo e é o ponto de partida para uma carreira bastante bem conseguida. Para quem gosta da banda, "Let It Be" e "Hootenanny" são outros albúns a ouvir.

Mais uma vez, em vinil apenas no E-bay se consegue encontrar. No entanto, também este albúm
teve re-edição pela própria Restless em 2002. Consegue-se encontrar no Amazon e podem ainda receber como bonus o 1º EP da banda, o clássico "The Replacements Stink" com 7 músicas na mesma onda deste primeiro albúm.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Lemonheads - "Hate Your Friends"


Este disco conheci-o bastante recentemente e foi uma agradável surpresa.
Sempre conheci os Lemonheads como uma banda de pop açucarado com alguns toques de indie. Conhecia as covers do Mrs. Robinson e do Luka, mas nunca pensei que pudessem ter raízes no Punk/Hardcore de qualidade.

Pois bem... enganei-me.

Oriundos de Boston, viram o seu primeiro álbum ser lançado pela Taang! e isto quer dizer muita coisa. Nem tudo o que esta editora lançou é bom, mas tudo vale a pena ouvir. A Taang! tornou-se famosa por editar bandas da cena Hardcore de Boston como os Gang Green ou os DYS e qual o meu espanto quando vejo que os próprios Lemonheads têm malhas de hardcore na onda das bandas que referi neste disco.

No entanto, este LP tem outras vertentes. Agradará por certo aos fãs de Husker-Du e Replacements pelos riffs punk-hardcore mesclados com algum, chamemos-lhe, psicadelismo.

Agradará também aos fãs de Buzzcocks pelas melodias pop que ouvimos pelo disco todo.

Por fim, agrada aos fãs de DYS, SSD, Fang ou Jerry's Kids pela batida Hardcore que o albúm vai apresentando.

É, portanto, um Punk-Hardcore com Pop Alternativo muito bem conseguido que tem nas músicas "Don't Wanna", "Uhhh" e "Sneakyville" os pontos altos do disco.

A edição em vinil podem procurar no E-Bay, mas o mais fácil é mesmo encontrar a re-edição em CD pela própria Taang Records que inclui Bonus-Tracks, entre eles o Ep de estreia da banda que conta com o clássico "I'm Glad I Don't Know".

Podem ouvir clips aqui: http://www.amazon.com/o/ASIN/B000000EQ6/ref=s9_asin_title_1-1966_g1/105-3229708-6313204?pf_rd_m=ATVPDKIKX0DER&pf_rd_s=center-2&pf_rd_r=0YM3XNX6CR9D7VW0CPED&pf_rd_t=101&pf_rd_p=278240301&pf_rd_i=507846

O Início

Ora boas!

Cá está aquilo que é o meu mais recente projecto. Vou tentar aqui mostrar alguns discos que considero pérolas perdidas, assim como clássicos revisitados.

Dar a conhecer bandas contemporâneas é também importante, nunca esquecendo o que se faz aqui pelo nosso país.

O tema central é o Punk Rock, movimento que aprendi a perceber e a compreender e que acompanho desde a adolescência.

No entanto, também por aqui vão ler sobre Powerpop, Mod Revival, Garage, Oi! e até New-Wave e outras sonoridades.

Por isso, recorrendo a um cliché... C'mon Everybody!